O presente trabalho foi realizado pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo em 2004, e entrega um estudo sobre as primeiras escolas do município.

No ano de 1893, a Secretaria do Estado dos Negócios do Interior solicitou informações se haviam prédios na cidade para funcionamento de escolas públicas, recebendo resposta negativa. Em 07 de Março de 1896, a Câmara aprovou o aluguel de um prédio, para a criação e instalação do Grupo Escolar, o “Olympio Catão”, sendo escolhida a antiga residência da Família Mascarenhas, ao lado da Igreja Matriz de São José. Instalado pela Secretaria do Estado, ficou sob responsabilidade municipal. Em março de 1899, o Governo do Estado dissolveu o Grupo Escolar, voltando a ser Escola Reunida, causando grande descontentamento da municipalidade.

Primeiro Prédio do Grupo Escolar Olympio Catão (em laranja) Início do Século XX.
Acervo Particular Miriam M. M. Jannunzzelli

O governo municipal somente reverteu o processo em 1901, através do secretário do Interior Dr. Bento Bueno. No entanto, o prédio mostrava-se inadequado, necessitando de local próprio. Em 1909, o Grupo Escolar “Olympio Catão” foi instalado no palacete do Dr. José Pedro de Paiva Baracho, fazendeiro de café e ex-juiz de Direito da Comarca, adquirido pelo governo estadual e restaurado por um custo de 107 mil réis. Inaugurado em 14 de setembro de 1910, tornou-se um evento que movimentou a cidade, demonstrando o interesse da população pela escola.

Professores e Alunos do Grupo Escolar Olympio Catão na primeira década do Século XX.
Arquivo de Fotos
Arquivo Público do Município

Professores e Alunos do Grupo Escolar Olympio Catão na década de 1920.
Arquivo de Fotos
Arquivo Público do Município

Podemos dizer que o grupo escolar foi ganhando importância à medida que a cidade ia crescendo, fruto principalmente das informações que relacionavam a cidade à cura da Tuberculose. Com a chegada dos filhos dos médicos, enfermeiros, farmacêuticos e de outras atividades, exigia-se a criação de escolas para atender essa demanda.

Grupo de Escoteiros – Grupo Escolar Olympio Catão s.d.
Arquivo de Fotos
Arquivo Público do Município

A – Prof. Afonso César de Siqueira
B – Sargento Deodato Ramos
1 – Pedro Faria
2 – Nadir Crespo Barros
3 – ??
4 – Antoninho Nunes de Paula
5 – Benedito Alves de Souza
6 – ??
7 – Mario Nunes de Assis
8 – Geraldo Vieira de Moura
9 – ??
10 – ??
11 – João Galdino
12 – ??
13 – ??
14 – José Benedito Portela
15 – ??
16- Afonso B. Tarantino
17 – Vicente Nunes de Assis
18 – Alcides Nunes de Assis
19 – Antoninho Bonilha
20 -Tony Moraes Barros
21 – Benedito Silva Pontes
22 – ??
23 – Mauro Pereira Barreto
24 – Felício (da Casa Confiança)
25 – Irineo Nunes de Paulo
26 – Afonso Bráulio de Mello
27 – Jairo César de Siqueira
28 – Zezinho Bueno da Cruz
29 – Osvaldo Bueno da Cruz
30 – José Bispo
31 – Paulo Madureira Lebrão
32 – Manuelzinho Mascarenhas
33 – Benedito Corrêa
34 – Octacílio Moreira
35 – Danilo Monteiro
36 – ??
37 – Bindo Guida Filho
38 – Osmar de Oliveira
39 – Benedito M. de Figueiredo
40 – Sylvio Madureira Lebrão
41 – Lécio Ramos de Souza

Corpo Docente do Grupo Escolar Olympio Catão em 1922.
Almanaque de 1922
Napoleão Monteiro
Arquivo Público do Município

Alunos do Grupo Escolar Olympio Catão em 1931.
Arquivos de Fotos
Arquivo Público do Município

Alunos do Grupo Escolar Olympio Catão em 1934.
Álbum de 1934 de João Neto Caldeira
Arquivo Público do Município

No entanto, a educação formal era um tabu para a maioria da população, uma vez que as principais atividades não necessitavam de alto grau de escolaridade. Entendia-se que o tempo para estudo poderia ser levadas adiante, nem que fosse a força, como a obrigatoriedade da matrícula feita sem a autorização dos pais (exofficio), por exemplo. Este quadro irá se modificar, ao longo da história da cidade e do país, com as mudanças das políticas educacionais.

Professores do Grupo Escolar Olympio Catão em 1934.
Álbum de 1934 de João Neto Caldeira
Arquivo Público do Município

Professores do Grupo Escolar Olympio Catão em 1934.
Álbum de 1934 de João Neto Caldeira
Arquivo Público do Município

A antiga Mansão dos Baracho, onde se instalou o Grupo Escolar “Olímpio Catão”, estava em 1954, em estado precário, sendo interditada pelo Secretário da Educação e transferido seus alunos para outras escolas. Com a proposta governamental da construção de novo prédio, propugnou-se ser revertida a mansão à municipalidade, propondo-se vários usos, até mesmo, museu municipal.

Alunas do Grupo Escolar Olympio Catão s.d.
Arquivo de Fotos
Arquivo Público do Município

Professores do Grupo Escolar Olympio Catão em 1951.
Álbum de 1951 de Edwar Simões e Jamil Mattar
Arquivo Público do Município

Professores do ensino feminino do Grupo Escolar Olympio Catão em 1951.
Álbum de 1951 de Edward Simões e Jamil Mattar
Arquivo Público do Município

No entanto, para surpresa da cidade, em 1956, foi decidida a demolição do prédio pelo Governo do Estado e a construção do novo prédio do Grupo Escolar. Isto gerou protestos nos jornais da cidade e pela população. O prédio foi demolido em 1957 e o novo inaugurado em 23 de Maio de 1959.

Vice diretor Benedito Zoroastro de Vasconcellos em 1951.
Álbum de 1951 de Edward Simões e Jamil Mattar
Arquivo Público do Município

Antigos Professores do Grupo Escolar Olympio Catão em 1951.
Álbum de 1951 de Edward Simões e Jamil Mattar
Arquivo Público do Município

Fundação Cultural Cassiano Ricardo
Eng°. Edmundo Carlos de Andrade Carvalho
Diretor Presidente
Diretoria de Patrimônio

Engº. Vitor Chuster
Diretor do Departamento de Patrimônio Histórico

Antônio Carlos Oliveira da Silva
Pesquisador – historiador

Donato Donizete dos Santos Ribeiro
Historiador

Renato Santana Gomes
Estagiário de História

Lucas Brito de Siqueira
Estagiário de História

Fonte: Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR).



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Wagner Ribeiro – São José dos Campos Antigamente