Jornal da Noite Nº 3

Neguinho, um dos músicos das noites joseenses

José Odete da Silva, 26 anos, o Neguinho, baterista dos bons, músico da noite joseense, mineiro de Paraisópolis, toca desde os 7 anos de idade. Ainda menino entrou na Escola “Rosa de Ouro” e saiu pelas ruas provincianas de Paraíso com seu batuque. Depois “fugiu” de casa. O som, o batuque estava no próprio sangue e ele foi tocar num conjunto de circo. Tocou durante quatro anos para domadores, feras, bailarinas de lábios vermelhos pintados. Passou por todo o interior de Minas e São Paulo, com seu conjunto “Transbrasil” onde o samba reinava ao lado de canções da Jovem Guarda. Cantou “A Namorada que Sonhei” de Nilton César, uma romântica canção da Jovem Guarda e descobriu sua voz.

Virou cantor. Depois teve que voltar para Minas. O pai morreu e ele, triste, deixou o mundo colorido do circo. Para cuidar do “pão nosso de cada dia”, esteve de volta à casa, à província.

Mas seu sangue pedia mundo, música, canções. Foi aí que Neguinho apontou em São José dos Campos, com mala e música na cabeça, sem dinheiro, “sem lenço, sem documento” como na música de Caetano Veloso. Perambulou pelas ruas da cidade e como bom mineiro foi acabar em Santana “cidade” mineira dentro de São José dos Campos. Tocou num anônimo bar daquele bairro. Virou ponto de referência da colônia mineira.

Depois foi para a madrugada, tocando e também cantando numa boate da cidade. A noite o deixou cansado. Queria um ambiente mais tranquilo para mostrar seu som. E foi aí que surgiu recentemente o Restaurante do Tio (Av. Nelson D’Avila, 336) onde canta todos os dias. O neguinho toca desde samba até canções de Caetano, Fagner ou Milton Nascimento. É sempre aplaudido de pé pelos muitos frequentadores do Restaurante do Tio. Nas mesas do baré grande a agitação. Basta dizer que para batermos este papo, foi preciso marcar hora, pois ele atende também a pedidos de populares. Neguinho pretende gravar e sabe das dificuldades que tem para isso.

Crônicas da Noite

Histórias (ou estórias?) ouvidas pelos bares – Dailor Varela

No Bar do Canário: Havia antigamente em Santana, um zé-ninguém, destes que andam pelas ruas, bêbado e equilibrista, figura anônima, misteriosa. Um belo dia ele acertou na milhar. Tomou cerveja, comprou roupa nova, fez a barba e foi para a beira do Paraíba. Pegou as roupas velhas, sujas, suadas na sobrevivência de uma miserável vida de biscateiro do cotidiano. Jogou as velhas roupas no rio e gritou alto pra todo mundo ouvir: “adeus, miséria“. Caminhou alguns metros pela Av. Rui Barbosa, mexeu nos bolsos e só então percebeu que tinha esquecido o dinheiro da milhar no bolso da velha calça que havia jogado no rio, num pacote bem feito e com pedra pesada, pra “afundar a miséria”. Continuou na avenida, assobiando um tango. Quem sabe “La Cumparsita”. Entrou no primeiro bar e tomou uma cachaça tripla num copo americano. Continuou vivendo sua miséria.

No Curvinha: Cachaceiro nato, com diploma na parede. Numa manhã de sol foi ao quintal e enterrou uma preciosa garrafa de pinga de uns 20 anos de vida. Falou com seus botões: “essa aqui eu só desenterro daqui a mais 10 anos“. Quando a tarde chegou, com o sol querendo morrer, sentiu um nó na garganta. Impaciente, foi até o quintal e aflito desenterrou a pinga. Falou sozinho, “acho que já está boa” e tomou toda a garrafa.

No Flor de Paris: Chegou e contou para os amigos que levou uma surra em Campos, Estrada do Rio. Por que? Viajando pra aquelas bandas, entrou num bar e como bom repentista começou a versejar na viola: “Campos terra boa/Terra da fruta e da cana“. O bar inteiro o aplaudiu. Ele tomou mais uma e rimou: “Em cada esquina um corno/Em cada janela um sacana“. A plateia não gostou.

Estrela D’Alva: uma casa de amigos

O Estrela D’Alva, o mais animado clube da cidade foi fundado em 23 de novembro de 79, como uma continuidade da Impar Representações Artísticas, empresa pertencente ao veterano músico Sérgio Weiss, Aloísio José do Amaral, Cido e Rogério.

“Uma casa de amigos para você dançar como antigamente”. Este slogan do Estrela D’Alva, segundo explica Aloísio, foi porque o clube surgiu na época das discothèques, como uma opção para aqueles que, realmente, desejavam dançar com música brasileira e internacional de alta qualidade, sempre com orquestras e conjuntos famosos.

Frequentado hoje por gente de todas as classes sociais, o Estrela é um clube amplamente democrático, onde a finalidade de todo mundo é se divertir, sem preocupação. O salão do Estrela, além dos bailes do próprio clube, é usado também para festas de formatura, convenções, casamentos, desfiles e chás beneficentes.

Os bailes do Estrela D’Alva, todos os sábados, a partir das 23 horas, são frequentados não apenas por pessoas de São José, mas também de Jacareí, Taubaté e até mesmo de São Paulo. O Estrela D’Alva tem 80 mesas, estacionamento para 500 automóveis e uma série de tira-gostos, como frango à pururuca, cachorro quente, churrasquinho, milho cozido, pizza, etc. Agora, com proximidade das festas juninas, o Estrela está oferecendo as guloseimas típicas desta época. A partir do dia 5, começa o “Arraiá do Estrela D’Arva”, com destaque especial para o dia de Santo Antônio e dia dos namorados.

Nove de Julho: a avenida da alegria

A Nove de Julho é, hoje, a grande avenida da noite joseense, pelo grande número de opções que oferece, com pizzarias, lanchonetes e restaurantes de alto nível, que ficam lotados nos fins de semana. Charme, Marrom Glacê, Carlitos, Urupema, são alguns dos locais que o joseense encontra naquela avenida para uma boa “esticada” pela noite.

É constante na avenida o movimento de jovens “gatinhas” e motoqueiros, casais, profissionais das mais diversas áreas, todos eles buscando, de acordo com seu gosto, sua lanchonete ou restaurante favorite. Pelo grande número de opções, pode-se dizer que todos encontram o que procuram, seja uma pizza, um lanche rápido, um jantar, ou apenas um chopinho gelado pra matar o tempo.

Próxima a zonas residenciais de alta classe média, como o bairro São Dimas, Vila Ady-Anna e Esplanada, a Avenida Nove de Julho atrai uma freguesia de alto poder aquisitivo às suas casas noturnas de grande sofisticação e bom atendimento.

“West Ranch Ponderosa”, um lugar incrível em SP

Incrível mesmo é um lugar em São Paulo chamado “West Ranch Ponderosa”, com um ambiente completamente projetado no estilo western americano, para satisfazer ao gosto não só dos paulistanos, como também dos visitantes do interior.

Com plantas espalhadas por todos os lados, o “West Ranch Ponderosa” tem refeitório interno e externo, deck descoberto para os dias de verão e uma “cachoeira” que desperta as maiores emoções.

Sem falar nos pratos, (a maioria é feita no fogão a lenha), aos sábados pode-se curtir um som “country” para deixar o ambiente ainda mais dentro do estilo projetado. Para os curiosos, eis a dica: fica na Rua Tavares Cabral, 102, altura do número 2005 da Faria Lima. Segundo nossa correspondente lá na capital, SP, “é garantido que ao cruzar a porta você estará fazendo uma viagem no tempo. E pode ter a certeza que o melhor dessa viagem é o preço e o atendimento. Por outro lado, os proprietários Luiz Peçanha e Nanami Alvarenga garantem que muitas outras surpresas podem acontecer. Confiram.

O melhor remédio para a ressaca?

A cefaleia pós-alcoólica, conhecida pelos mais íntimos como ressaca, é, ainda hoje, um mal que apavora a todos nós, que somos chegados ao levantamento de copos, as vezes com um certo exagero. Com todo o avanço da medicina, seus raios laser e outras mumunhas nucleares ou não, uma coisinha tão simples, como a danada da ressaca, continua sem remédio.

Remédios e mais remédios são lançados no mercado, anunciando que agora, sim, vamos dar um jeito nesta praga”. Neca de catigiriba; a ressaca continua firme, incomodando com seus enjoos, dores de cabeça e o gosto de corrimão do INPS na boca do fregues.

Receitas caseiras também não faltam, desde as tradicionais rodelas de batata na testa, chá de boldo e mais uma infinidade de maravilhas da medicina caseira que mães e esposas preparam para aliviar o sofrimento da pobre vítima.

E, entre contrações do estômago, enjoo, dores de cabeça e outra série de padecimentos, o beberrão da véspera faz a clássica jura: “nunca mais eu bebo”. Promessa vã, como mostra a experiência. Não demora uma semana e lá está ele, copo na mão, sem nem lembrar do dia em que quase morreu”.

Sobrevivente de porres homéricos, com ressacas das mais variadas qualidades, já fiz minhas incursões pelas maravilhas anunciadas como solução para o maior dos males que atinge o boêmio e desacredito de todas. A experiência me ensinou que, ao acordar de manhã, “naquele estado”, o melhor mesmo é começar tudo de novo no bar mais próximo. Como diz a sabedoria popular o que causa a ressaca é o fato de a gente parar de beber.

Por isso…

Chás caseiros, agora mais fáceis

A velha tradição caseira dos chás, calmantes, digestivos ou hepáticos, está agora deixando o canto do quintal, onde mães e avós plantam suas santas ervas para alcançar o consumo de massa, com um mercado promissor pela frente.

Os chás de boldo, losna, erva cidreira, etc estão sendo comercializados em caixas, cada uma com dez saquinhos, prontos a serem mergulhados em água quente. Agora, ao invés de ficar dependendo de vizinhos ou parentes, que eventualmente, possam ter uma plantação caseira, os chás estão ao alcance de qualquer mão na prateleira do supermercado mais próximo.

ALinguanotto, por exemplo, pioneira na industrialização dos chás caseiros, começou em 79, produzindo cerca de cem mil caixas por mês. Hoje, sua produção é, no mesmo período, de quinhentas mil caixas. Outra firma, a Kitano, saltou de 25 mil caixas mensais em 80, vende atualmente seiscentas mil e pretende aumentar este número com uma campanha publicitária na TV.

Os chás mais vendidos são os de erva-doce e camomila, para as crianças. Losna, malva, boldo do Chile e carqueja, são os mais procurados pelos adultos. Outro bem vendido é o chá de catuaba, cuja propaganda garante rápidos efeitos afrodisíacos.

Piada

O cidadão entrou no bar, sentou-se, meteu a mão no bolso e de lá extraiu o que parecia ser um hominho de uns vinte centímetros de altura. Isto posto, dirigiu-se ao garçom:

Um chope pra mim e outro pro meu amigo Jonas, aqui.

Espantado, o garçom serviu-os mas não aguentou a curiosidade:

Desculpe, mas esse Jonas é de verdade?

É.

E ele fala?

Fala, sim, quer ver? Oh Jonas, conta aqui pro moço a história daquela nossa expedição… aquela em que você chamou o feiticeiro da tribo de f. da p., conta…

Dicas

Parada 800, na avenida Ademar de Barros. Uma dica legal para se comer sanduíches, pratos rápidos e todo tipo de tira-gostos, também com embalagens para viagem. O Parada 800 tem atendimento também em automóveis, tipo drive.

Sábado, dia 29, o Pátio das Artes, em Roseira Velha, apresenta a peça “A casa de Bernarda Alba”, de Frederico Garcia Lorca. A peça tem início às 21 horas.

O Hotel do Frade, em Angra dos Reis, está divulgando sua programação para a próxima temporada. Com 79 apartamentos, doze suítes e dezesseis chalés, o Hotel do Frade tem padrão internacional. Sua central de reservas e informação atende pelo telefone 267.7375, Rio de Janeiro.

Será inaugurado brevemente em São Paulo, na rua Joaquim Floriano, no 145, o restaurante Arraial, com capacidade para 150 pessoas. O cardápio do Arraial, organizado por Helenita Ferraz, será basicamente de pratos típicos do Vale do Paraíba, com feijão tropeiro, vaca atolada, suã com quirera e outros.

“Memórias da Noite” é o mais novo trabalho teatral de Marcos Planta, que estreou quarta-feira passada no Cine Teatro São José. O texto é uma adaptação da obra de Abelardo Rodrigues, feita por Marcos Planta e a apresentação é do grupo Gatel-Amaralina Teatro Livre.

Neste sábado, a partir das 23 horas, tem baile no Estrela D’Alva com o internacional conjunto Biriba Boys, numa festa de confraternização dos funcionários de farmácias de São José dos Campos e Jacareí. No baile será coroada a Miss Farmácia 82. Aloísio, o comandante do Estrela D’Alva convida todo mundo pra chegar lá.


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